Realizado na Arquidiocese, evento lotou o Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos
Mais de quatro mil pessoas das dioceses de Criciúma, Florianópolis e Tubarão estiveram reunidos durante todo o dia 20 de maio, no Centro de Evangelização Angelino Rosa – CEAR, em Governador Celso Ramos, para participar do III Interdiocesano. No mesmo dia e horário, o evento era repetido em três outros locais do Estado, envolvendo todas as dez dioceses.
Inspirados pelo tema “Justiça e Profecia no campo e na cidade” e lema “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a todos os povos! (Mc. 16,15), na Arquidiocese, o evento teve inicio às 8h, com a acolhida aos participantes. Em seguida, foram apresentadas a coordenação das três dioceses participantes do encontro.
Na sequência, Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis, e de Dom Jacinto Flach, bispo de Criciúma, fizeram a saudação aos participantes do evento. Todo o encontro foi dividido na metodologia VER, JULGAR e AGIR.
No primeiro momento, Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto, da Diocese de Chapecó, assessora dos GBFs/CEBs e uma das assessoras do evento, conduziu a oração inicial, e em seguida fez a primeira motivação para o encontro. Pe. Vilson Groh, da Arquidiocese de Florianópolis, também assessor do Interdiocesano, deu prosseguimento a motivação inicial.
Cada uma das dioceses realizaram uma encenação artísticas retratando três das cinco urgências na evangelização. O Grupo Teatral Divina Arte, de Braçodo Norte, Diocese de Tubarão, tratou da urgência “Igreja em estado de missão permanente”.
Um grupo de lideranças dos GBFs e CEBs da Arquidiocese realizou uma encenação retratando “Igreja lugar de animação bíblica na vida e na pastoral”. Já a urgência “Igreja comunidade de comunidades” foi encenada através de teatro de bonecos por um grupo da Diocese de Criciúma. Essas três urgências foram escolhidas por estarem mais diretamente ligadas ao modo de evangelizar presentes nas CEBs/GBFs.
Nos momentos de motivação do encontro, Pe. Vilson Groh falou que os GBFs são o espaço aonde se pode fazer a experiência de Jesus Cristo e recuperar a sua presença na comunidade. Assim, construir a comunidade e, apartir disso, evangelizar a cidade criando redes que vão entrando na estrutura da cidade e concretizando a justiça do reino de Deus.
“O nosso desafio é fazer a experiência entre o centro e a periferia através da conectividade aonde vivemos juntos a experiência, encurtando as margens, se reconhecendo como seres humanos”, disse Pe. Vilson.
Em sua reflexão, Sirlei tratou do tema do Interdiocesano. Segundo ela, o tema vem no momento em que a sociedade vive em crise e desafios. Para os cristãos é uma crise de valores, em que Deus é trocado por outros interesses, que não são o do bem comum.
Na sequência, ela refletiu que todo cristão é chamado a ouvir a Palavra de Deus e colocá-la em prática. “Escutar, entender a Palavra de Deus e sair para o mundo anunciando a Palavra de Vida, que é possível viver uma outra vida e denunciando as injustiças, aquilo que não está de acordo com o que Deus se propõe”, disse.
AGIR
À tarde, após o almoço e alguns momentos de descontração, os trabalhos deram prosseguimento. Ademir Freitas, subsecretário do Regional Sul IV da CNBB, leu a carta de Dom Agostinho Petry, bispo referencial dos Grupos de Reflexão/Família e das Comunidades Eclesiais de Base do Regional. No texto, ele faz uma saudação a todos os participantes dos quatro encontros realizados no Regional e da importância dos GBFs e das CEBs.
“Para Jesus Cristo, a casa era o lugar da ação e da pregação. Os grandes acontecimentos da salvação aconteceram nas casas. (…) Os GBFs e assemelhados são também este lugar especial onde vivemos a experiência da 'Igreja nas Casas', que depois se solidifica na Igreja Comunidade. Assim, reafirmamos com este III interdiocesano a importância das pessoas, famílias e comunidades na Evangelização e, conclamamos todos para o envio de Jesus: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai a boa nova a todos os povos’ (Mc 16,15)", disse Dom Agostinho no documento.
Na sequência, Pe Vilson refletiu sobre a nossa ação como cristãos. Os participantes foram motivados a dar as suas sugestões. Eles falaram das dificuldades da evangelização através dos GBFs/CEBs e da pouca participação das pastorais. Se e a prioridade do Regional, que de fato seja assumida como tal. Também partilharam como os GBFs transformaram as suas vidas e das pessoas das suas comunidades.
Sirlei deu prosseguimento a reflexão do agir apresentando formas de como podemos transformar os nossos momentos de reflexão em ação concreta. Disse que boa parte disso deve partir dos jovens, que eles devem ser inseridos na caminhada e se tornarem protagonistas das ações. “Os cristãos devem ser sinal vivo da presença de Jesus Cristo na comunidade”, disse.
Celebração Eucarística
Às 16h teve início a Celebração Eucarística, presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis, concelebrada por Dom Jacinto Inácio Flach, bispo de Criciúma, e Pe. Sérgio Jeremias de Souza, administrador da Diocese de Tubarão, e mais de 40 padres e diáconos.
Em sua homilia, Dom Wilson falou sobre que devemos anunciar ao mundo a nossa fé, convencê-los que Jesus é a salvação. O mundo quer nos convencer de que não existe céu, que o que o Evangelho ensina é fanatismo… “Pela nossa fé, pela prática da caridade, pelo testemunho de que somos de Cristo, pela capacidade que temos de tornar essa Palavra em atitudes de vida, em vida vivida. Isso vai dar razão da nossa fé. Isso pode ser feito através dos Grupos Bíblicos e das Comunidades Eclesiais de Base”, disse Dom Wilson.
Após a comunhão, um grupo de 15 pessoas acenderam pequenas velas no Círio Pascal, que foram espalhadas no local. Em seguida, Dom Jacinto apagou o Círio Pascal. No encerramento, Dom Wilson fez o envio missionário de todos os participantes.
Feira de Economia Solidária
Durante o Interdiocesano também foi realizada Feira de Economia Solidária. Nove empreendimentos participaram do evento. A comunidade indígena guarani, grupo de mulheres artesãs e comunidade quilombola de Garopaba estiveram representados.
O evento foi apoiado pelo Fundo Arquidiocesano de Solidariedade – FAS, e organizado pela equipe de assessoria da Ação Social Arquidiocesana – ASA. Segundo Carla Cristiani de Oliveira Guimarães, o evento foi importante para a divulgação do trabalho que realizam, além do retorno financeiro que proporcionou para os grupos.