Um pouco de história
Nos primeiros séculos (ao menos até o séc. VII), a liturgia penitencial era sobretudo para os grande penitentes. O lugar da confissão era a igreja, ou o lar, ainda que o momento mais importante, relativamente a isso, fosse o “ingresso” no grupo dos penitentes (“ordo poenitentium”), que era um ato público. Os penitentes formavam um grupo à parte: “in vestíbulo ecclesiae”, em lugar reservado na assembleia, até sua exclusão dela após a liturgia da Palavra.
Na época da “penitência tarifada” (séc. VII-XIII), segundo os “Ordinis Romani”, o lugar normal da confissão era a casa do sacerdote, ou ainda um lugar da igreja: uma poltrona ou diante de um altar, ou ainda uma capela, de modo que entre o penitente e confessor houvesse sempre um contato direto. Ademais, recordemos que até o séc. XV existiram outras formas oficiais de penitência, como a penitência pública ou peregrinação, e a penitência pública solene, que se fazia durante toda a quaresma.
Somente com São Carlos Borromeu é que se impõem os confessionários, de acordo com as normas que deu em 1565: confessionários fechados, junto à parede de trás, com duas laterais para a confissão.
A estrutura mais expandida tem forma de cadeira ou poltrona aberta, de onde, em princípio, ainda se conserva o face a face. A estrutura variou de acordo com as épocas. Hoje se exige que seja adaptada à realização das funções que a própria celebração exige: encontro, diálogo, leitura da Palavra, possibilidade de sentar-se e de ajoelhar-se, de uma confissão “face a face” ou por trás da grade. Tudo deve expressar a presença e ação de Deus Misericordioso que ama, acolhe e perdoa. O lugar da reconciliação deve ser visível e de fácil identificação para quem entra na igreja, garantindo a discrição com isolamento acústico, com iluminação adequada
O espaço sagrado da Confissão em nossa Igreja Paroquial.
No dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição de Maria (e também o cinquentenário da conclusão do Concílio Vaticano II) enquanto o Papa Francisco abria solenemente o Ano Santo – o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, em nossa paróquia, após a celebração da Santa Missa, abençoávamos o novo confessionário: lugar especial, de acolhida, para o encontro entre Deus, a Igreja (o sacerdote) e o penitente.
Teologia simbólico-mistagógica da penitência
Sinais e símbolos do Sacramento da Penitência que expressam o encontro do penitente com o sacerdote, do PENITENTE com DEUS através da IGREJA.
Locutório penitencial
Como sinal do convite ao diálogo que gera a vida… ao diálogo penitencial…
Genuflexório com grades fixas
O ajoelhar-se como sinal de penitência e reconhecimento do poder misericordioso de Deus. (cf. Cân. 964, § 2)
Imagem do “Retorno do filho pródigo”
(O Retorno do Filho Pródigo (c. 1669) Museu Hermitage – São Petersburgo Rússia)
Indica a misericórdia e o amor de Deus que acolhe e renova a sua aliança com todos… Revela que o confessionário é lugar sagrado do retorno, do encontro, do perdão, do abraço…
Crucifixo
Na cruz, o puro e imaculado que é Jesus, toma sobre si os pecados da humanidade. Não mais simbolicamente, como no Antigo Testamento, mas de forma real. Na cruz, a miséria, o pecado, a desgraça, a morte são transformados em vida, graça, salvação… Tudo é lavado, purificado e liberto. É somente em Cristo Redentor que a plenitude do perdão de Deus chega ao homem e é o seu mistério pascal que ocupa o centro da
história da salvação. Da Cruz de Cristo, o perdão dos pecados advém de modo permanente e contínuo, e, em virtude do poder do Ressuscitado, este mantem-se eternamente em qualquer lugar “em favor de muitos” (Mc 14,24).
Imagem da Imaculada Conceição
Maria concebida sem pecado: rogai por nós, que recorremos a vós!
Imagem do Santo Cura D’Ars
São João Maria Batista Vianney Padroeiro dos Párocos e “Santo Confessor”