Querido Dom Wilson, que alegria sua presença entre nós: o senhor é um grande Arcebispo, presente de Deus para nossa Arquidiocese. Obrigado!
Caríssimo Pe. José Artulino Besen, nascido na boa terra de Antônio Carlos, sacerdote do Altíssimo há 45 anos e meio, e agora nosso querido Pároco. Seja bem-vindo! Ao acolhê-lo, acolhemos Jesus; recebendo-o, recebemos Aquele que o enviou (Mt 10,40).
Caro seminarista Ricardo José Inácio: bem-vindo! Aqui você fará sua etapa de síntese vocacional, logo será diácono e, em seguida, sacerdote. Que possa começar a aprender a sê-lo, com o exemplo de vida e de oração de nosso pastor.
A igreja paroquial que nos reúne começou a ser sonhada em 1973, quase há meio século, portanto. Pe. Aquilino Antônio dos Santos, de acordo com o então Vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Pe. Quinto Davide Baldessar, começou a procurar um terreno no Balneário para construí-la, o que não conseguiu, e também se deram os primeiros passos para divulgar a ideia e angariar recursos com a promoção inicial: como registra poeticamente o Livro de Tombo, “uma quermesse na Avenida Santa Catarina”, as famosas barraquinhas!
Logo começaram a ser celebradas as Missas, em galpão cedido “pela firma Koerich”, onde hoje, remodelado, funciona a Churrascaria Riosulense. Anos depois, as celebrações foram transferidas para uma ala do Colégio Antônio Peixoto. Em 1978, os trabalhos passaram a ser conduzidos pelo Pe. Augustinho Petry, hoje Bispo Emérito de Rio do Sul, que organizou Comissão de cinco pessoas dedicadas e que, com amor, e junto com a comunidade, tudo conduziram até a inauguração.
A pedra fundamental foi lançada em 27 de maio de 1979, em cerimônia presidida por Dom Afonso Niehues. Em 7 de fevereiro de 1982, por decreto seu, foi criada a Paróquia, desmembrada da de Fátima, e tomou posse o primeiro pároco, o Pe. Quinto.
Aqui um fato pouco comum merece registro: um ano e três meses depois, em maio de 83, em virtude da transferência do Pe. Quinto para Brasília, por suas obrigações como Capelão do Exército, nossa Paróquia teve que ser anexada à de Fátima. As coisas voltariam à normalidade em 1984, isto é, a Paróquia voltaria a ter vida própria, com a nomeação, em 1º de abril, de Monsenhor Valentim Loch, Vigário-Geral da Arquidiocese, como nosso Pároco.
Logo que chegou, Monsenhor foi anotando: a doação de um liquidificador, de um botijão de gás, de um lençol, uma fronha, um cobertor… A casa paroquial, que ficara vazia, ia sendo “mobiliada”. A primeira geladeira foi emprestada… E ele sentia-se alegre, vendo o carinho e o amor dos paroquianos por seu Pároco e pela Igreja.
Dois meses depois da posse, na Missa das 18 horas, Monsenhor benzeu a imagem de São José e proclamou-o “padroeiro e ecônomo-mor da paróquia”. Este grande santo nunca nos faltou!
Dia 24 de outubro de 85, uma quinta-feira, dia que a Igreja consagra à Eucaristia, pelas 18 horas, a hora do Angelus, ouviu-se o espocar de foguetes. Havia terminado a concretagem da cruz, o ponto mais alto da torre da igreja e do Balneário, com 36 metros de altura. Os responsáveis pelo foguetório eram os próprios operários, capitaneados pelo bom mestre de obras, senhor Leo Junkes.
Firmemente atadas à cruz, na cumeeira, folhas de palmeira. Agitadas pelo vento e como que acenando para nós, no seu verde pareciam dizer: “Olhem para cima, desejem as coisas do Alto!”
Pouco menos de um ano depois de a cruz ter sido concretada, a construção toda, de l.992 m², estava concluída. No dia 12 de outubro de 1986, dia de Nossa Senhora Aparecida e da Criança, sorridente, muito alegre, Dom Afonso veio inaugurar nossa igreja. Era domingo, dia de sol, uma multidão se comprimia desde as calçadas das ruas Sérgio Gil e Osvaldo Cruz até o átrio da igreja. A construção física estava terminada, após 2.692 dias de trabalhos, pouco mais de 7 anos.
Em 26 de julho de 1987, e porque Monsenhor Valentim havia se oferecido a Dom Afonso para suprir necessidade do Seminário de Azambuja, em Brusque, Pe. João Cardoso veio substituí-lo como Pároco, aqui ficando por quase vinte anos.
Em fevereiro de 2007, a Paróquia acolheu o Pe. José Osni Kuhnen como Administrador Paroquial; em 1° de fevereiro de 2009, assumiu o Pe. Tarcísio Pedro Vieira e, em 11 de fevereiro de 2018, o Pe. Gilson Meurer, a quem Pe. José hoje sucede. É preciso lembrar, ainda, a preciosa presença do Pe. Henrique Ernesto Cervi, que tanto ajudou nas celebrações litúrgicas, e do Diácono Roque Inácio Führ, tão dedicado. E com que alegria, em 07 de setembro de 2018, tivemos a ordenação do Diácono Ricardo Marques, em celebração eucarística presidida por Dom Wilson.
Este templo, todos juntos o construímos, fazendo o melhor que podíamos e o melhor que sabíamos. Anos mais tarde, com a coordenação do Pe. Tarcísio, foi feita a reforma e a bonita readequação litúrgica. E quando a Paróquia celebrava 36 anos, Dom Wilson voltou aqui para fazer a dedicação da igreja, em cerimônia belíssima. Então, a relíquia de Santa Paulina foi colocada sob o altar e ali permanece.
Hoje nosso novo pastor chega. E o Pai nos diz: “Este é o meu Filho amado; ouvi-o”! O Amor o chamou para propagar o Amor!
Muito interessante, caro Pe. José, é que o senhor assume nossa paróquia com 72 anos de idade e que esta igreja tenha a sustentá-la 72 estacas, que o Livro de Tombo registra como ‘colunas’. Setenta e dois é o número simbólico da Igreja viva: “Jesus escolheu setenta e dois discípulos e os enviou”, registra Lucas (10,1). O senhor é a coluna que nos levará Àquele que é o Esposo da Igreja, que nos aproximará ainda mais dEle, que o trará do Céu para o nosso coração em cada santa Missa e em cada sacramento que administrar.
Como Deus é bom! Ele quis o padre, Ele quis precisar do padre! Sem o padre não somos nada: ele nos dá Jesus. É um homem que ocupa o lugar de Deus, um homem que é revestido de todos os poderes de Deus. “Pelo sacramento da Ordem, esse homem torna-se não apenas um ‘alter Christus’, um outro Cristo, mas também, muito mais que isso, ele é ‘ipse Christus’, o próprio Cristo” (Cardeal Robert Sarah).
Como dizia São João Paulo II: “O sacerdote é como lâmpada, que ilumina quem se aproxima dele, e como sal, que dá sabor ao viver”!
O senhor chega entre nós na véspera da celebração dos 40 anos da Paróquia: é um presente do Alto!
Jesus lhe diz mais uma vez: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho” (Mc 16,15). O mundo, Pe. José, o seu mundo, agora é, de modo todo particular, a Paróquia Nossa Senhora da Glória, no Balneário. E aqui, neste vasto-pequeno mundo, nos dará Jesus: não precisamos de mais nada!
Nós o acolhemos com grande alegria; conte com os seus paroquianos! O povo daqui ama o sacerdote e reza por ele: a oração sempre foi o principal sustento da Paróquia. A auxiliá-lo de forma muito próxima, um bom e amável diácono: o Ricardo. Ajude-nos, ajude-nos, Pe. José, a “alcançar a altura de Jesus Cristo, a verdadeira altura do ser humano” (Bento XVI).
Dom Wilson: queremos presenteá-lo com a reprodução de um quadro da Coroação da Virgem, de Fra Angélico. Como Mãe, ela o tem ajudado a cumprir seu significativo lema episcopal: “Amar é dar a vida pelos amigos”. Como disse Jesus: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Continue a amar-nos, a dar-nos vida, a vida de Cristo! O Giancarlo, Administrador Econômico, com a Gisele, lhe entregam essa lembrança.
Pe. José: talvez para colocar lá embaixo, no seu gabinete de trabalho, e recordar que a Mãe o levará a descansar em seu colo, quando o fardo pesar, também queremos ofertar-lhe esta obra de arte que tão bem retrata a Padroeira da Paróquia que hoje assume. Ela o confortará e animará. O Orlando, Coordenador do Conselho Paroquial de Pastoral, com a Mirian, portam esse mimo.
E lhe pedimos, Pe. José, que, após suas primeiras palavras como nosso Pároco, abençoe as miniaturas dessa mesma obra de arte, que ao término da santa Missa serão ofertadas para todas as pessoas – uma por família – como lembrança dos 40 anos da Paróquia. Muito obrigado!
E obrigado, Dom Wilson, por nos ter dado o Pe. José!
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06.02.2022
Professor Carlos Martendal